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Pesquisa


Equinos e Primatas não humanos urbanos como bioindicadores ambientais para a Leishmaniose.

Doutorado em Ciência Animal com Enfase em Produtos Bioativos
Autor: Karoline Franciani Cardoso Lopes
Orientador: Daniela Dib Gonçalves
Defendido em: 21/08/2020

Resumo

As interações ecológicas entre humanos e animais podem acontecer em diferentes ambientes e de diversas maneiras, favorecendo a transmissão de doenças entre homens e animais. A identificação dos hospedeiros animais de agentes infecciosos é o primeiro passo na previsão de riscos de doenças zoonóticas, nesse sentido algumas espécies de animais domésticos ou selvagens podem se apresentar como bioindicadores da situação epidemiológica de determinadas doenças em diferentes regiões por serem reservatórios de zoonoses de interesse em saúde pública, como no caso das leishmanioses. A complexidade da epidemiologia combinado a magnitude do problema de saúde representado por essa doença, faz com que seja necessário o esclarecimento de todos os elos da rede de transmissão, incluindo hospedeiros mamíferos não humanos. Com base na relevância da doença, e na situação endêmica da região Norte Central Paranaense quanto a detecção do protozoário em humanos, o objetivo do presente trabalho foi investigar a presença de anticorpos anti-Leishmania spp. bem como DNA de Leishmania spp em equinos e primatas provenientes da Região Norte Central Paranaense. Para a espécie equina utilizou-se os antígenos de L. amazonensis, L. braziliensis e L. infantum, para a realização do Ensaio Imunoenzimático Indireto (ELISA), onde foi possível detectar a reação em 34,72% das amostras, estas foram submetidas também a Reação em Cadeia da Polimerase Quantitativa em Tempo Real (qPCR) a qual confirmou a presença de DNA de Leishmania spp. em 70% das amostras testadas. Já para os primatas utilizou-se o Teste de Aglutinação Direta (TAD) com formas promastigotas de Leishmania (V.) brasiliensis, onde foi possível detectar a reação de aglutinação em 53,33% das amostras, todas as amostras foram submetidas também a Reação em Cadeia da Polimerase Quantitativa em Tempo Real (qPCR) a qual confirmou a presença de DNA de Leishmania spp em 26,66% das amostras testadas. Os resultados apontam que os animais testados foram expostos ao protozoário e podem estar atuando diretamente no ciclo epidemiológico local da doença como reservatórios, o que lhes confere o papel de bioindicadores quanto a presença da mesma no local do estudo. Tal resultado reforça a importância de conhecer as demais espécies envolvidas no ciclo epidemiológico da doença para que as medidas de controle sejam elaboradas.

Palavras-chave

Área urbana. Flebotomíneos. Leishmania spp. Saúde Única. Zoonose.


Title

Urban non-human horses and primates as environmental bioindicators for Leishmaniasis.

Abstract

Ecological interactions between humans and animals can happen in different environments and in different ways, favoring the transmission of diseases between humans and animals. The identification of animal hosts of infectious agents is the first step in predicting the risks of zoonotic diseases, in this sense some species of domestic or wild animals may present themselves as bioindicators of the epidemiological situation of certain diseases in different regions because they are reservoirs of zoonoses of interest. in public health, as in the case of Leishmaniasis. The complexity of epidemiology combined with the magnitude of the health problem represented by this disease, makes it necessary to clarify all links in the transmission network, including non-human mammalian hosts. Based on the relevance of the disease, and on the endemic situation of the North Central Parana region regarding the detection of protozoa in humans, the aim of the present study was to investigate the presence of anti-Leishmania spp. as well as Leishmania spp DNA in horses and primates from the North Central Region of Paraná. For the equine species, antigens from L. amazonensis, L. braziliensis and L. infantum were used to perform the Indirect Immunoenzymatic Assay (ELISA), where it was possible to detect the reaction in 34.72% of the samples, which were submitted also the Real Time Quantitative Polymerase Chain Reaction (qPCR) which confirmed the presence of Leishmania spp. in 70% of the tested samples. For the primates, the Direct Agglutination Test (TAD) was used with promastigote forms of Leishmania (V.) brasiliensis, where it was possible to detect the agglutination reaction in 53.33% of the samples, all samples were also subjected to Reaction in Real Time Quantitative Polymerase Chain (qPCR) which confirmed the presence of Leishmania spp DNA in 26.66% of the tested samples. The results indicate that the tested animals were exposed to the protozoan and may be acting directly in the local epidemiological cycle of the disease as reservoirs, which gives them the role of bioindicators regarding its presence at the study site. This result reinforces the importance of knowing the other species involved in the epidemiological cycle of the disease so that control measures can be developed.

Keywords

Urban area. Phlebotomines. Leishmania spp. One Health. Zoonosis.

Créditos

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