Escore de sedação e parâmetros fisiológicos em cães com uso da dexmedetomidina por via intranasal e intramuscular
Mestrado em Ciência Animal com Ênfase em Produtos Bioativos
Autor: Willian Fontini Marangon
Orientador: Natalie Bertelis Merlini
Defendido em: 29/10/2021
A dexmedetomidina é agonistas α2-adrenérgicos com potente efeito sedativo, analgésico e relaxante muscular, que vem sendo amplamente utilizado na medicina veterinária, rotineiramente é utilizado pela via intravenosa ou intramuscular, com eficácia e segurança comprovada em animais. A via intranasal (IN) tem se destacado como uma via alternativa de aplicações de fármacos, principalmente sedativos, visto sua alta absorção, capacidade de efeitos semelhantes as vias tradicionais e diminuição dos efeitos colaterais. Em cães, a exploração desta via tem ganhado espaço com novas pesquisas que comparam as diferentes vias de administração e a via IN sobre os parâmetros fisiológicos, farmacológicos e hemodinâmicos. Diante disso este trabalho teve como objetivo comparar os efeitos sedativos e sobre os parâmetros fisiológicos da dexmedetomidina (DEX) na dose de 15mcg/kg administrado pela via intranasal (IN) em cães, comparado de 5mcg/kg, utilizada por via intramuscular (IM). Para tanto foi recrutada uma população total de dez cães hígidos e realizado um ensaio encoberto com distribuição cruzada. A sedação foi avaliada utilizando uma escala validada para a espécie. Foram mensuradas as frequências cardíaca e respiratória, pressão arterial sistólica, temperatura, glicemia, efeitos adversos e dificuldades de aplicação. As avaliações foram realizadas a cada quinze minutos no decorrer de 120 minutos (T0, T15, T30, T45, T60, T75, T90, T105, T120 minutos após a aplicação). Foi demonstrado que uma dose IN de 15µg/kg causou sedação semelhante à obtida com administração IM de 5µg/kg de dexmetedomidina. Não houve diferença nos escores de sedação máximos (T60) em cães que receberam a dexmedetomidina por via IN e IM, entretanto na via IN os valores permaneceram elevados até o final da avaliação (T120). Não houve diferença significativa na frequência cardíaca, pressão arterial sistólica e temperatura quando comparado as vias de administração nos diferentes tempos. Houve diferença significativa nos níveis glicêmicos no momento T90, com valores menores para via IN. Nas duas vias analisadas houve redução significativa na frequência cardíaca analisando os tempos de avaliação, assim como para frequência respiratória, a pressão arterial sistólica apresentou diferença apenas nos momentos iniciais da via IM. Três animais apresentaram mucosa hipocorada após a administração de DEX por via IN e um animal manifestou êmese. Em 60% dos cães a aplicação por via IN ocorreu com facilidade. Conclui-se que a via de aplicação intranasal é uma boa alternativa em relação a via intramuscular, possuindo efeitos similares a via tradicional, tanto nos escores de sedação quanto nos parâmetros fisiológicos avaliados
α-2 agonista. Bradicardia.Canino.Glicemia. Sedativo
Score and Physiological Parameters in Dogs with Intranasal and Intramuscular Use of Dexmedetomidine
Dexmedetomidine is α2-adrenergic agonists with potent sedative, analgesic and muscle relaxant effects, which have been widely used in veterinary medicine, routinely used intravenously or intramuscularly, with proven efficacy and safety in animals. The intranasal route (IN) has stood out as an alternative route for drug applications, especially sedatives, due to its high absorption, capacity for effects similar to traditional routes and a reduction in side effects. In dogs, the exploration of this route has gained ground with new research that compares the different routes of administration and the IN route on physiological, pharmacological and hemodynamic parameters. Therefore, this study aimed to compare the sedative effects and on the physiological parameters of dexmedetomidine (DEX) at a dose of 15mcg/kg administered intranasally (IN) in dogs, compared to 5mcg/kg, used intramuscularly (IM) . For this purpose, a total population of ten healthy dogs was recruited and a blind cross-distribution trial was carried out. Sedation was assessed using a validated scale for the species. Heart and respiratory rates, systolic blood pressure, temperature, blood glucose, adverse effects and application difficulties were measured. Assessments were performed every fifteen minutes for 120 minutes (T0, T15, T30, T45, T60, T75, T90, T105, T120 minutes after application). An IN dose of 15µg/kg was shown to cause sedation similar to that obtained with an IM administration of 5µg/kg of dexmetedomidine. There was no difference in the maximum sedation scores (T60) in dogs that received dexmedetomidine via the IN and IM route, however in the IN route the values remained high until the end of the evaluation (T120). There was no significant difference in heart rate, systolic blood pressure and temperature when comparing administration routes at different times. There was a significant difference in blood glucose levels at T90, with lower values for the IN route. In both analyzed pathways, there was a significant reduction in heart rate analyzing the evaluation times, as well as for respiratory rate, the systolic blood pressure showed a difference only in the initial moments of the IM pathway. Three animals had pale mucosa after the IN administration of DEX and one animal showed emesis. In 60% of the dogs, the application via the IN route occurred easily. It is concluded that the intranasal application route is a good alternative to the intramuscular route, having similar effects to the traditional route, both in the sedation scores and in the evaluated physiological parameters.
α-2 agonist. Bradycardia.Canine.Glucose. Sedative