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Pesquisa


Fraturas do esqueleto apendicular em cães

Mestrado em Ciência Animal com Ênfase em Produtos Bioativos
Autor: Bruna Menegate Nascimento
Orientador: Salviano Tramontin Bellettini
Defendido em: 07/08/2024

Resumo

As fraturas do esqueleto apendicular em cães ocorrem quando há uma interrupção na continuidade óssea, resultando em uma ruptura parcial ou completa do tecido ósseo. Os sinais clínicos geralmente envolvem claudicação ou impotência funcional do membro afetado. O exame radiográfico é um método diagnóstico utilizado para diagnosticar e classificar as fraturas. O tratamento se diferencia de acordo com o osso, tipo e região de fratura, e diversas opções de implantes podem ser utilizados e combinados. Classificar as fraturas torna-se importante para se coletar dados relevantes que auxiliem na elaboração de estudos comparativos e retrospectivos ortopédicos. Tal classificação também é importante para se planejar as técnicas cirúrgicas a serem empregadas, a fim de melhorar o prognóstico dos pacientes. Para classificar as fraturas, o grupo de trabalho para questões de osteossíntese (AO Vet) criou um elaborado sistema que permite classificar as fraturas de forma a auxiliar os cirurgiões no planejamento da abordagem do paciente. Esta classificação é baseada em um sistema alfanumérico. O primeiro número compõe o osso afetado, o segundo número a região do osso afetado pela fratura e a primeira letra que compõe este código, refere-se ao tipo de fratura. O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo retrospectivos de fraturas do esqueleto apendicular em cães atendidos na Clínica Veterinária Escola da Universidade Paranaense, na região de Umuarama (PR) durante 10 anos (2013-2023), utilizando-se como ferramenta o sistema da AO Vet para classificação de fraturas. Foram anotados dados como peso, idade, causa da fratura, local, tipo de fratura e quais ossos foram fraturados. No presente estudo, foram analisadas 956 radiografias e 478 prontuários de cães submetidos a exames radiográficos. Destas, 153 (31,94%) ocorreram no fêmur; 152 (31,80%) na tíbia; 126 (26,36%) no rádio e 47 no úmero (9,9%). No osso mais acometido (fêmur), a diáfise foi a região mais afetada (77,12%;118/153) com fratura do tipo simples (79,74%;122/153). Na tíbia (segundo lugar na casuística), a maioria das fraturas foram diafisárias (94,74%;144/152) do tipo simples (81,58%;124/152). No rádio (terceiro lugar) as fraturas mais incidentes ocorreram também na diáfise (95,24%; 120/126), sendo a maioria do tipo simples (88,10%;111/126). O úmero (menor casuística), apresentou a maior parte das fraturas na região da diáfise (65,96%;31/47) e do tipo simples (85,11%;38/47). Com este estudo pontuamos que a classificação AO Vet é de extrema importância para classificar as fraturas do esqueleto apendicular e neste serviço analisado, as fraturas de cães foram mais comuns no fêmur do tipo simples, acometendo principalmente animais jovens.

Palavras-chave

Canino; cirurgia veterinária; ortopedia veterinária; ossos longos;


Title

Fractures of the appendicular skeleton in dogs.

Abstract

Fractures of the appendicular skeleton in dogs occur when there is an interruption in bone continuity, resulting in a partial or complete rupture of the bone tissue. Clinical signs usually involve lameness or functional impotence of the affected limb. Radiographic examination is a diagnostic method used to diagnose and classify fractures. Treatment varies according to the bone, type and region of fracture, and several implant options can be used and combined. Classifying fractures is important to collect relevant data that aid in the preparation of comparative and retrospective orthopedic studies. Such classification is also important to plan the surgical techniques to be used, in order to improve the prognosis of patients. To classify fractures, the Working Group for Questions of Osteosynthesis (AO Vet) has created an elaborate system that allows classification of fractures in order to assist surgeons in planning the approach to the patient. This classification is based on an alphanumeric system. The first number represents the affected bone, the second number represents the region of the bone affected by the fracture, and the first letter that makes up this code refers to the type of fracture. The objective of this study was to carry out a retrospective study of appendicular skeleton fractures in dogs treated at the Veterinary School Clinic of the Universidade Paranaense, in the region of Umuarama (PR) for 10 years (2013-2023), using the AO Vet system for classifying fractures as a tool. Data such as weight, age, cause of fracture, location, type of fracture, and which bones were fractured were recorded. In the present study, 956 radiographs and 478 medical records of dogs submitted to radiographic examinations were analyzed. Of these, 153 (31.94%) occurred in the femur; 152 (31.80%) in the tibia; 126 (26.36%) in the radius, and 47 in the humerus (9.9%). In the most affected bone (femur), the diaphysis was the most affected region (77.12%; 118/153) with simple fractures (79.74%; 122/153). In the tibia (second place in the case series), the majority of fractures were diaphyseal (94.74%; 144/152) of the simple type (81.58%; 124/152). In the radius (third place), the most incident fractures also occurred in the diaphysis (95.24%; 120/126), with the majority being of the simple type (88.10%; 111/126). The humerus (smallest case series) presented the majority of fractures in the diaphysis region (65.96%; 31/47) and of the simple type (85.11%; 38/47). With this study, we emphasized that the AO Vet classification is extremely important for classifying fractures of the appendicular skeleton and, in this service analyzed, fractures in dogs were more common in the simple femur, mainly affecting young animals.

Keywords

Canine; long bones; veterinary orthopedics; veterinary surgery; veterinary traumatology.

Créditos

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