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Pesquisa


Inalação do óleo essencial de Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand (Breu-Branco) como analgésico e ansiolítico na fibromialgia

Mestrado Profissional em Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Atenção Básica
Autor: Tauany Milan Ribeiro Lacerda
Orientador: Ezilda Jacomassi
Defendido em: 29/02/2024

Resumo

A aromaterapia é uma Prática Integrativa e Complementar reconhecida pela Organização Mundial de Saúde e estimulada pelo Ministério da Saúde. Essa prática consiste na utilização intencional dos óleos essenciais, com finalidade de promover ou melhorar a saúde, o bem-estar e a higiene. Inúmeras espécies vegetais são empregadas na aromaterapia, entre elas Protium spp., destacando-se Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand, árvore de grande porte, conhecida popularmente como almecegueira ou breu-branco, cujo óleo essencial é extraído da resina liberada pela casca do caule. O óleo essencial de breu-branco (OEBB) possui alto potencial anti-inflamatório, relaxante muscular, ansiolítico e antidepressivo. Nesse contexto, o presente trabalho refere-se a um relato de caso, de ensaio clínico primário, experimental, aberto e autocontrolado, objetivando avaliar a eficácia e a relevância do uso da aromaterapia, por meio da inalação do OEBB, para o controle álgico e melhora na qualidade de vida de mulheres portadoras de fibromialgia. O OEBB foi extraído por destilação por arraste à vapor e a identificação dos compostos foi realizada por comparação dos espectros de massa com as bibliotecas NIST (2023) e Adams (2017). A intervenção consistiu na avaliação da melhora clínica autorreferida por meio de questionários padronizados antes e após quatro inalações diárias de 10 minutos (ao acordar, 14h, 18h e antes de dormir) por 14 dias. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Paranaense (UNIPAR), parecer n.º 6.098.632. A triagem ocorreu na sede da Associação Paranaense dos Fibromiálgicos (APAFIBRO) do Município de Umuarama/PR. As participantes assinaram um Termo de Consentimento para a sua participação. Os resultados dos testes aplicados antes e após a intervenção foram comparados e submetidos à estatística descritiva; os resultados foram analisados em relação à normalidade, com posterior comparação pelo Teste T de Student para duas amostras relacionadas considerando nível de significância de 5%. Por fim, treze participantes concordaram em fazer parte da pesquisa. Três tiveram o teste interrompido devido aos critérios de exclusão: uma participante referiu intolerância ao aroma; uma, hipertensa controlada apresentou pico hipertensivo durante a dose supervisionada; e uma, previamente cardiopata, evoluiu com taquicardia. Cinco não compareceram ao retorno agendado e não retornaram aos contatos telefônicos. Por fim, apenas cinco participantes (38,46%) concluíram a avaliação, fato que corrobora a dificuldade de avaliação e adesão das pacientes ao estudo clínico. Os resultados demonstraram que a inalação de OEBB não foi estatisticamente significante para diminuir a intensidade ou a frequência das crises álgicas (p>0,05). Por outro lado, em relação à melhoria da qualidade de vida de pacientes portadoras de fibromialgia, a inalação do OEBB apresentou efeito positivo, demonstrando benefícios diversos tais como aumento da disposição, melhora do ânimo e do humor, sono reparador e diminuição da ansiedade conforme demonstrado por meio da redução de 46,78% na pontuação obtida no Questionário de Impacto da Fibromialgia (p<0,01). Dessa forma, concluiu-se que no protocolo experimental aplicado, a aromaterapia apresentou um efeito benéfico o que possibilita sua consideração no rol de terapias oficiais para o tratamento da dor crônica e fibromialgia. Portadores de comorbidades podem fazer uso do OEBB com cautelas após os critérios de exclusão. Mais pesquisas devem ser realizadas para fornecer suporte adicional no uso da aromaterapia para fibromialgia e dor crônica.

Palavras-chave

Aromaterapia. Ansiedade. Dor crônica. Almecegueira. Olfação.


Title

. Inhalation of Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand (Brazilian frankincense) essential oil as analgesic and anxiolytic in fibromyalgia.

Abstract

Aromatherapy is an Integrative and Complementary Practice recognized by the World Health Organization, and encouraged by the Ministry of Health. This practice consists of the intentional use of essential oils to promote or improve health, well-being and hygiene. Numerous plant species are used in aromatherapy, including Protium spp. Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand, a large tree popularly known as almecegueira or breu-branco, which essential oil is extracted from the resin released by the bark of the stem. The essential oil of breu-branco (OEBB) has a high anti-inflammatory, muscle relaxant, anxiolytic and antidepressant potential. In this context, this study is a case report of a primary, experimental, open and self-controlled clinical trial, aimed at evaluating the efficacy and relevance of using aromatherapy, through the inhalation of OEBB, to control pain and improve the quality of life of women with fibromyalgia. The OEBB was extracted by steam distillation and the compounds were identified by comparing the mass spectra with the NIST (2023) and Adams (2017) libraries. The intervention consisted of assessing self-reported clinical improvement using standardized questionnaires before and after four daily 10-minute inhalations (upon waking, at 2pm, at 6pm and before bedtime) for 14 days. The study was approved by the Research Ethics Committee of the University of Paraná (UNIPAR), opinion no. 6.098.632. Screening took place at the headquarters of the Paraná Fibromyalgia Association (APAFIBRO) in the municipality of Umuarama/PR. The participants signed a consent form, to take part. The results of the tests applied before and after the intervention were compared and subjected to descriptive statistics; the results were analyzed for normality and then compared using the Student's t-test for two related samples, considering a significance level of 5%. Finally, thirteen participants agreed to take part in the study. Three had their test interrupted due to the exclusion criteria: one participant reported intolerance to the aroma; one, a controlled hypertensive, had a hypertensive peak during supervised dose; and one, previously suffering from heart disease, developed tachycardia. Five did not show up for their scheduled appointments and did not return phone calls. Finally, only five participants (38.46%) completed the evaluation, a fact which corroborates the difficulty in evaluating patients and ensuring their adherence to the clinical study. The results showed that OEBB inhalation was not statistically significant in reducing the intensity or frequency of pain crises (p>0.05). On the other hand, with regard to improving the quality of life of patients with fibromyalgia, inhalation of OEBB had a positive effect, demonstrating various benefits such as increased disposition, improved mood, restorative sleep and reduced anxiety, as demonstrated by a 46.78% reduction in the score obtained on the Fibromyalgia Impact Questionnaire (p<0.01). Thus, it was concluded that in the experimental protocol applied, aromatherapy showed a beneficial effect which makes it possible to consider it in the list of official therapies for the treatment of chronic pain and fibromyalgia. People with comorbidities can use OEBB with caution after the exclusion criteria have been met. Further research should be carried out to provide additional support for the use of aromatherapy for fibromyalgia and chronic pain.

Keywords

Aromatherapy. Anxiety. Chronic pain. Almecegueira. Smell sense

Créditos

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