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Poder Tutelar, Direitos Territoriais Indígenas e os Desafios para um Acesso à Justiça Descolonial

Mestrado em Direito Processual e Cidadania
Autor: Igor Henrique da Silva Santelli
Orientador: Carlos Antônio Bonamigo
Defendido em: 25/08/2016

Resumo

Este trabalho aborda a relação entre a Justiça brasileira e os povos indígenas, dedicando especial atenção para os problemas do acesso à justiça e da satisfação dos direitos territoriais. Para tanto, analisa, criticamente, o processo de lutas indígenas em face do poder tutelar, marca de feição ambígua da política indigenista brasileira, caracterizada pela declarada finalidade protetora, mas exteriorizada de modo conformador e disciplinar da autonomia cultural indígena. Analisa, ainda, como a conquista do movimento indígena de um Estado Pluriétnico, por meio da Constituição de 1988, assegurou grandes avanços no tratamento normativo da territorialidade indígena que, no entanto, não se dotaram de efetividade, em função de entraves político-econômicos determinados pela hegemonia da razão neoliberal na contemporaneidade. Expõe e analisa qualitativamente julgados que demonstram um padrão de atuação da Justiça brasileira em face da diversidade cultural e dos direitos territoriais indígenas. Trata do alcance reduzido das propostas geradas em torno do “novo enfoque do acesso à justiça”, que se tornou questão central no Direito Processual Civil desde a década de 1980, mas não teve o condão de democratizar, de fato, a Justiça. Aponta a colonialidade do poder como determinante da projeção ideológica do poder tutelar sobre a Justiça brasileira, sobretudo em relação aos conflitos acerca de terras indígenas, e propõe, ao fim, a observação de ideias e experiências em curso de descolonialidade da Justiça, como o reconhecimento da Justiça Indígena de Estados Plurinacionais latino-americanos.

Palavras-chave

Colonialidade do Poder. Direito à Identidade Cultural. Estado Pluriétnico. Justiça Indígena. Política Indigenista. Terra Indígena.


Abstract

Este trabajo aborda la relación entre la Justicia y los pueblos indígenas, con especial atención a los problemas de acceso a la justicia y la satisfacción de los derechos territoriales. Para tanto, analiza, críticamente, el proceso de las luchas indígenas en vista del poder tutelar, marca de característica ambigua de la política indígena de Brasil, que se caracteriza por el objetivo de protección declarado, pero se exterioriza en la conformación y la disciplinarización de la autonomía cultural indígena. También se analiza cómo la conquista del movimiento indígena de un Estado multiétnico, a través de la Constitución de 1988, se aseguró un gran avance en el tratamiento legal de la territorialidad indígena que, sin embargo, no se hizo efectivo, debido a las barreras político-económicas determinadas por la hegemonía de la razón neoliberal actual. Expone y analiza cualitativamente casos juzgados que demuestran un estándar de desempeño de la justicia brasileña en vista de la diversidad cultural y los derechos indígenas a la tierra. Trata del reducido alcance de las propuestas generadas en torno al "nuevo enfoque del acceso a la justicia", que se ha convertido en el tema central del Derecho de Procesal Civil desde los años 1980, pero no hubo poseído el poder para democratizar efectivamente la justicia. Indica la colonialidad del poder como determinante de la proyección ideológica de el poder tutelar sobre la Justicia, principalmente en relación con los conflictos sobre tierras indígenas, y propone, al final, la observación de ideas y experiencias en el proceso de de-colonialidad de la Justicia, como el reconocimiento de la Justicia Indígena en los Estados Plurinacionales latinoamericanos.

Keywords

Colonialidad del Poder. Derecho a la Identidad Cultural. Estado Multiétnico. Justicia Indígena. Política Indigenista. Tierra Indígena.

Créditos

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