Pesquisa
Profissionais de saúde e suas interfaces relacionadas a plantas medicinais e fitoterápicos
Mestrado Profissional em Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Atenção Básica
Autor: Luiz Felipe Gonçalves de Oliveira
Orientador: Leonardo Garcia Velasquez
Defendido em: 29/02/2020
Resumo
No ano de 2006 foi publicada a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) com o objetivo de implementar, de modo eficaz e seguro, o uso dessas terapias no Sistema Único de Saúde (SUS). A PNPMF já na sua criação indicou necessidade de qualificação dos profissionais de saúde sobre o tema plantas medicinais e fitoterápicos. Ainda hoje, após 14 anos da divulgação da PNPMF observa-se que os profissionais de saúde, de um modo geral, não possuem conhecimentos suficientes sobre o uso de plantas medicinais e fitoterápicos e tal fato é um obstáculo para implementação de Programas que ofereçam tais recursos terapêuticos aos pacientes do SUS. Este trabalho foi um estudo transversal, exploratório e descritivo realizado com aplicação de questionário como instrumento de coleta de dados, em um município da região oeste do Estado do Paraná. Seu objetivo foi identificar, e discutir, o perfil dos profissionais de saúde e suas relações com plantas medicinais e fitoterápicos. Foram entrevistados 59 profissionais em 13 unidades de saúde pertencentes ao SUS. Do total de 59 profissionais 25 possuem ensino superior e 34 não possuem ensino superior. Somente 3,3% dos entrevistados responderam que conheciam a RENISUS. Apenas 27,1% dos entrevistados relataram saber orientar os pacientes quanto ao uso de plantas medicinais. Uma pequena parcela correspondente a 13,5% dos entrevistados relatou ter recebido informações sobre plantas medicinais durante sua formação. Quanto ao modo de uso das espécies da RENISUS 76,3% dos profissionais assinalaram modo de uso parcialmente correto, 18,6% assinalaram modo de uso erroneamente e 5,1% assinalaram modo de uso corretamente. As espécies mais citadas foram camomila (Chamomilla recutita), guaco (Mikania spp), gengibre (Zingiber officinale), alho (Allium sativum) e eucalipto (Eucalyptus globulus). As condições mais comuns nas unidades de saúde foram Hipertensão (58), Diabetes (53), Resfriados (32), Diarreia (30), e Depressão (28). Existem falhas nas grades curriculares dos cursos da área da saúde, de modo que o assunto plantas medicinais não é abordado, resultando em profissionais sem condições de orientar a população que demanda a utilização dessa terapia tradicional. Ocorre cenário favorável para implantação de programa de plantas medicinais e fitoterápicos no município em estudo e para isso ocorrer ações dos gestores de saúde e agentes políticos são necessárias.
Palavras-chave
Plantas Medicinais; Atenção Básica; Fitoterapia
Title
Health professionals and their interfaces related to medicinal plants and herbal medicines.
Abstract
In 2006, the National Policy on Medicinal Plants and Herbal Medicines (PNPMF) was published with the objective of implementing, effectively and safely, the use of these therapies in the Unified Health System (SUS). The PNPMF already in its creation indicated the need for the qualification of health professionals on the subject of medicinal plants and herbal medicines. Even today, 14 years after the PNPMF was published, it is observed that health professionals, in general, do not have sufficient knowledge about the use of medicinal plants and herbal medicines and this fact is an obstacle to the implementation of Programs that offer such resources. therapeutic interventions for SUS patients. This work was a cross-sectional, exploratory and descriptive study carried out with the application of a questionnaire as an instrument of data collection, in a municipality in the western region of the State of Paraná. Its objective was to identify, and discuss, the profile of health professionals and their relationship with medicinal plants and herbal medicines. 59 professionals were interviewed in 13 health units belonging to SUS. Of the total of 59 professionals, 25 have higher education and 34 do not have higher education. Only 3.3% of respondents answered that they knew RENISUS. Only 27.1% of respondents reported knowing how to guide patients on the use of medicinal plants. A small portion corresponding to 13.5% of the interviewees reported having received information about medicinal plants during their training. Regarding the use of the RENISUS species, 76.3% of the professionals indicated a partially correct method of use, 18.6% wrongly used the method and 5.1% correctly used it. The most cited species were chamomile (Chamomilla recutita), guaco (Mikania spp), ginger (Zingiber officinale), garlic (Allium sativum) and eucalyptus (Eucalyptus globulus). The most common conditions in health facilities were Hypertension (58), Diabetes (53), Colds (32), Diarrhea (30), and Depression (28). There are flaws in the curriculum of health courses, so that the subject of medicinal plants is not addressed, resulting in professionals unable to guide the population that demands the use of this traditional therapy. There is a favorable scenario for the implementation of a program of medicinal plants and phytotherapics in the municipality under study and for this to occur, actions by health managers and political agents are necessary.
Keywords
Medicinal Plants; Basic Attention; Phytotherapy